quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Realidade de uma rua.

Esses dias realmente não tem sido muito bons para mim. Um sentimento de angústia e solidão se apossa do meu corpo, sem previsão para ir embora. A tristeza não é passageira, aperta meu coração sufocando-o, sem deixá-lo respirar por um momento. As noites estreladas só conseguem me fazer relaxar por um segundo, e logo a dor volta a tomar conta de meu ser. É difícil conseguir esboçar algum sorriso com problemas martelando em sua mente. Eu tento, mas meus lábios recusam-se a encurvar-se, por maior que seja minha vontade. Acordar é só mais uma obrigação entediante. Tudo bem, decepções são normais, certo? Não deveriam ser. Elas doem tanto. Essa dor vai demorar a passar? Espero que não. Lateja tão forte que até pensar está difícil.
E com esse tipo de pensamento levantei-me e fui à rua. Caminhava tranquila sentindo uma brisa leve bater em meu rosto, porém parecia que a luz do sol não conseguia chegar até ele. Uma escuridão gelada e vazia bloqueava a passagem. Era a minha dor.
Com a cabeça baixa eu seguia o caminho pela rua, e ao levantá-la observei uma senhora que aparentava ter no máximo seus quarenta e cinco anos. Suas pernas eram tortas, acredito que seja por causa de alguma paralisia, e ela se movimentava com a ajuda de um "andador". Porém ela sorria. E ao chegar em casa perguntei ao meu pai, que me contara que ela sempre fora assim. Todos os dias, uma vez pela semana ela tem de dar uma volta pelo bairro, para suas pernas não atrofiarem. E conseguia fazer isso sorrindo e conversando pela rua. E no momento que ouvi essa história, eu já não sentia mais nada. Se ela que tinha todos os motivos para rejeitar sua própria existência sorria, eu, com meus meros problemas também deveria. E foi isso que eu fiz.

3 comentários:

  1. Sempre reclamamos e até mesmo praguejamos contra nossos problemas, nos esquecendo que existem pessoas que estão muito pior que nós. Nossas desilusões e mágoas parecem muito pequenas perto de episódios como este. Por isso é bom rirmos de tudo, até mesmo de nós mesmos, passar por cima de cabeça erguida e recomeçar.
    Mais uma bela refelexão, M. Parabéns! Abraços afetuosos.

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  2. portanto, sorria sempre.

    para variar, belo escrito.

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  3. Irei fazer isso, lei básica da vida. Obrigada pelos comentários!

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