sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Abismo de cosmos

Dizem as más línguas, que se olharmos para o abismo, ele costuma olhar de volta. Isso acontecia constantemente comigo, até o dia que ele não encontrou mais o vazio. Encontrou a flor, que havia sido plantada dentro de teus olhos. A suavidade e o aveludado das pétalas de tom marrom me lotavam de desassossego. Tuas raízes vertiginosas cresceram com tal rapidez, dentro de mim, que eu me assustei com a evolução quando percebi que eu estava repleta de flores ardilosas. Você me possuía dos pés à cabeça. Meus olhos eram o reflexo dos teus. Meus pensamentos só navegavam em imagens que havia tuas pétalas. Em meu peito, batia o teu sorriso. Não possuía mais coração. Ele era você. Ele é você, menino dos olhos cor de “flor-de-chocolate”. A imagem que eu observo no espelho me denuncia todo esse torpor ígneo que eu possuo correndo em minhas veias. Então, acho que isso é... Como é mesmo aquela palavra? Que se cuida mais de uma pessoa, mesmo não recebendo em troca algo com a mesma equivalência.

Dizem as más línguas, que se olharmos para o abismo, ele costuma olhar de volta. Isso acontecia constantemente comigo, até o dia que ele não encontrou mais o vazio. Ele encontrou você.