terça-feira, 28 de junho de 2011

Oração do filho pródigo

Com um terço em minhas mãos, rezava com toda fé que em mim havia sido depositada. Rezava para que, talvez com meu pranto desolado, Deus ouvisse lá de qualquer-que-seja o lugar que Ele habite, e resolvesse vir até mim. "Vinde até mim, Senhor."
Eu implorava em minhas preces imaculadas. "Agarre tua ovelha desgarrada em teus braços santos e me ajude. Explique-me como posso respirar novamente sem sentir meus pulmões comprimidos pelo pecado."
E falando em pecado, ele se projeta sempre à minha frente, com forma e olhos que irradiavam promiscuidade e desonra.
Como poderia apenas um olhar corromper a carne? Carne Tua, meu Deus. Tudo na vida tem uma volta. Tudo um dia tem fim. Peço-te que cure e faça sumir meus sigmas, tanto da pele quanto da alma. E em cada conta que passava pelos meus dedos pérfidos eu repetia para comigo mesmo:
"Vinde até mim, Senhor, pois agora, mais do que nunca, eu preciso de ti."