quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

A cidade em que apenas eu não existia.

Mariana sentia-se só.
Possuía diversos problemas de relacionamentos com os pais e, ao ver seu olhar perdido, Julieta a confortava com um abraço.
Julieta sentia-se perdida em relação ao futuro.
Não sabia quais caminhos iria seguir, e duvidava muitíssimo da sua capacidade de ser uma profissional realizada. Ao escutar suas lamúrias, Maria Eduarda a chamava para ver algum filme e se distrair.
Maria Eduarda não conseguia lidar com sua dor.
Após a morte da avó, sentia-se perdida e desolada. Antônia, ao observar sua angústia, lhe dava um beijo na bochecha e dizia que tudo iria ficar bem.
Antônia sentia-se desiludida após o término com seu namorado.
Não conseguia enxergar um futuro longe da pessoa que passou tantos anos ao seu lado, e a abandonou de um dia para o outro. Ao escutar seu choro, Eu me levantava e sentava ao seu lado, explicando que ela deveria ser feliz consigo mesma, e não depender de outro alguém. Que todos eram livres para partir.
Eu possuía dificuldade em lidar com meus problemas.
Após a tempestade que passou pela minha vida, arrancando todas as árvores e o conjunto habitacional e tranquilo que ficavam por lá, chorava todas as noites, logo após ter crises de ansiedade em que desejava não mais existir. Apenas o vazio me servia de companhia.

E essa era a cidade em que apenas eu não existia.