terça-feira, 12 de maio de 2015

O conto do menino castanho

Todos os dias era a mesma coisa, acordava desesperado procurando por algo que nunca achava. O coração estava vazio, tal como seus olhos castanhos cor de amêndoa. Levanta-se sonolento da cama e andava, em passos lentos, até a cozinha, observando-a vazia. Olhava atrás do sofá, da porta do quarto, debaixo da cama: e nada. Não achava em lugar nenhum. Às vezes, em dias quentes, sentava-se no encosto da janela e procurava nos classificados dos jornais. Lá de cima ele poderia ver a vista e, quando uma leve brisa primaveril tocava-lhe o rosto, ele se sentia mais tranquilo. O tempo foi passando e o rapaz ficava cada dia mais impaciente. Andava pelas ruas desesperado, encarando todos os rostos desconhecidos a procura de algo que há tanto esperava. No final da tarde, continuava vazio. Mas, em um dia qualquer, quando adentrou seu quarto, encontrou uma caixinha arcaica, marrom escura e, naquele momento, quando a abriu e encarou o pequeno espelho que estava na mesma, achou o que tanto procurava.

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