quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Diálogo de uma manhã.

- O que você está fazendo aqui?
- Vim até aqui para ver o mar.
- Eu gosto do mar. Principalmente a essa hora. Olhe, os raios de sol tocam suavemente a água. Como se roçassem a palma de sua mão pelo rosto da mesma, e ela sorri. Seu sorriso é tão inebriante, que ofusca o céu com seu brilho.
- Porque ela sorri?
- Porque ela gosta do toque dele, menina.
- Ele não consegue perceber isso?
- Sim, ele percebe. Mas não pode fazer muito quanto a isso.
- Por quê?
- Porque ele não a ama.
- Então, porque ela continua esperando ele toda manhã?
- Porque é melhor sentir as sensações que o seu toque a causa apenas uma vez, do que viver eternamente sem isso.
(silêncio)
- É lindo.
- Concordo. Eu gostaria de fugir para cá, e observar todas as manhãs esse belo espetáculo.
- Fugir de quê?
- Do amor. Apenas o suave roçar da palma de sua mão, menina, não faz-me sorrir mais.
(silêncio)
- Porque nunca me disse?
- Iria mudar algo?
- Não.
- Por isso.

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